11.21.2005

O hábito faz o monge

Com o Euro-2004 aprendemos a gostar de nós, das nossas bandeirolas, do nosso hino e até da nossa capacidade de organizar eventos. Tinha, aliás, sido assim com a Expo-98. Também com o Euro-2004 cansámo-nos de nós, de morrer na praia, do nosso triste fado e da música da nossa estrela internacional, a Nelly Furtado - "c´mo uma forca...c´omo uma forca". Somos assim, de tanto exagero, acabamos com frequência a menosprezar o relevante.
A propósito: hoje abri os jornais e li que o "processo casa pia tem 16 mil telefonemas de Jorge Coelho" e vi transcritas escutas entre o socialista e secretário de estado Laurentino Dias, o social-democrata Luis Cirilo e o ex-presidente do Vitória de Guimarães, Pimenta Machado. No sábado o Expresso falava de uma "chupeta internacional" - expressão escutada pela Polícia Judiciária no âmbito do caso "Portucale". As escutas estão neste pé: são relevantes mas de tão vulgarizada a sua divulgação já não causam celeuma algum. Ferro Rodrigues disse que se estava a "cagar" para o segredo de justiça e Portugal tremeu. Outros tempos. Tenta-se arranjar um tacho "internacional" para o PGR e.... "no pasa nada". Menti: desmente-se o jornalista!...