12.16.2005

Política: um exercício prático

Jorge Coelho, António Costa e António Vitorino dramatizaram o discurso para dizer que "ou a esquerda se une em torno de Soares ou Cavaco vencerá logo à primeira volta".
Faz sentido o apelo à desistência de Alegre, Louçã e Jerónimo: valorizam a candidatura de Soares - que desta forma surge como a mais forte à esquerda-, mobilizam o eleitorado, e encontram um responsável pela provável derrota do fundador do PS: Manuel Alegre.
É bem conseguido, o discurso. Mas não basta para esconder as fragilidades do partido e do seu candidato "oficial".

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É bem conseguido o discurso???
Tu passas-te!
É um discurso sem nexo porque só faria sentido se a candidatura de Soares estivesse imparável. E a verdade é que não descola de Alegre. Por isso, é patético. É o Coelhone a criar artificialmente a ideia de que Soares tem uma força que em boa verdade não tem. A única coisa que consegue é por alguns - como tu, que caíste na esparrela - a disacutoir um assunto que não passa de um não-assunto.

5:52:00 da tarde  
Blogger FT said...

Caro RPS,

repara:

"Bem conseguido" porque é a única forma de arrepiarem caminho. A derrota parece-me irrefutável e a única esperança que resta ao PS é esta: dramatizar o que há para dramatizar; entre a espada e a parede, "venha a catana!!!", e afiada se necessário...
Jorge Coelho abriu noticiários - foi aliás o tema desta manhã em todas as rádios nacionais e televisões - obrigou todos os outros candidatos a comentarem o apelo e permitiu a Soares recusar qualquer ajuda dizendo que não pede nada a ninguém porque o seu adversário é outro: Cavaco. Tudo isto, numa altura, em que as sondagens dão a vitória ao candidato da direita logo à primeira volta e a derrota de Soares como o candidato mais votado à esquerda - por isso, o primeiro dos derrotados.
Não sei como seria possível melhor para quem está certo de que já perdeu. Resta-lhes encontrar culpados: e Alegre colocou-se a jeito ao desafiar a lógica socialista.
Há muitos "não assuntos" que têm uma enorme importância, meu caro RPS. Lembras-te no que deu a sesta de um ex-primeiro-ministro?

6:28:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O Sá Carneiro também fez apelos lancinantes ao voto em Soares Carneiro, dramatizou e abriu noticiários.
Morreu. é certo, antes das eleições, mas o resultado seria exactíssimamente o mesmo se ele tivesse ficado em Lisboa naquela noite.

Serve isto para dizer que o Coelho, o Costa e o Vitorino - mais, daqui a uns dias, o Sócrates - podem torcer-se todos, espernear, berrar, dramatizar, arrancar cabelos e abrir noticiários que isto está feito. Salvo, claro, qualquer acidente de monta. Que não se vislumbra.

7:08:00 da tarde  
Blogger FT said...

Tens razão: não há tragédia que valha ao PS. A coisa está para Cavaco, como esteve para Sócrates em fevereiro, para Sampaio em 96 e para Soares em 91. Como diria Guterres "é da vida". Cavaco sabe que um dia será presidente...e até sabe quando.

7:46:00 da tarde  

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