11.28.2005

Os ataques de Soares

1º ataque
Primeiro foi o silêncio de Cavaco, o "candidato esfinge". Pelo meio a falta de agenda do ex-primeiro-ministro para os debates. Cavaco lá marcou os frente-a-frente televisivos e Soares cantou vitória.
( Não acrescentou um voto na urna embora tenha conseguido os debates).

2º ataque
Falou com frequência de Alegre. Para o diminuir. Dando a ideia que por ser mais velho, por ter um passado mais determinante na vida política do país e por ter o apoio do secretário-geral socialista se encontra acima do poeta. A imposição pela força é sempre traiçoeira. E as sondagens provam isso mesmo.
(Não acrescentou um voto na urna e deu a Alegre a oportunidade de se vitimizar, apresentando-se como "Livre. Justo. Fraterno." - a comparação com Soares é inevitável)

3º ataque
Agora é a bandeira da contestação social. Soares garante que só ele pode dirimir o mal-estar existente e acabar com o fossa que separa classes trabalhadoras e Governo. E lembra tempos idos - em que Cavaco era primeiro-ministro e tentou "furar" greves. Soares, então presidente, de pronto contestou o enfrentamento a um direito constitucional, relembra.
A ideia não é nada simpática para José Sócrates, o principal alvo da ira dos sindicatos. Soares dá a entender implicitamente que o actual primeiro-ministro não só não dá conta do recado como poderá colocar em causa direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores.
(Não acrescentou um voto na urna e passa uma má imagem do Governo socialista - incapaz de dialogar com a sociedade)

Conclusão em jeito de silogismo:
1- Soares precisa de votos.
2-As estratégias de Soares não têm acrescentado votos.
3-Logo, Soares precisa de mudar de estratégia.