11.30.2005

Cartaz - Jerónimo de Sousa




Duas mensagens:
1- "Determinação, confiança!"
2- "Por um Portugal com futuro"

O pano de fundo é naturalmente vermelho. Jerónimo de Sousa está de fato e camisa cinzento escuro, ostenta um sorriso. Está sem gravata e sem óculos. O penteado para trás dá algum vigor ao cabelo e à face. Tem uma referência à sua página na Internet num tom de côr muito semelhante ao vermelho do cartaz.
O secretário-geral comunista é o único candidato que tem uma referência a um partido político nos seus cartazes: "luta e resiste com o PCP", lê-se no canto inferior direito de um dos moopies. Quem vota Jerónimo sabe ao que vai. E o candidato não o esconde.
Jerónimo cumpre uma velha tradição em eleições presidenciais: tem uma referência à identidade nacional através da palavra "Portugal". Promete determinação - extremamente importante quando a luz ao fundo do túnel varia está, ora fundida, ora fosca. Depois um clássico - "confiança" - e um ponto de exclamação (!) - uma importante redundância.
Jerónimo de Sousa cumpriu na passada segunda-feira( 28) um ano como secretário-geral comunista. Com duas viórias eleitorais: nas legislativas em que subiu de um resultado de 6,9 por cento com Carvalhas para um 7,5 por cento em Fevereiro de 2005; e nas autárquicas em que venceu mais quatro autarquias, entre elas o bastião Barreiro, a surpresa Peniche e a "velha conhecida" Marinha Grande. Pela primeira vez em 16 anos o PCP inverteu a tendência de perda de espaço eleitoral em eleições autárquicas e recuperou a muralha de aço em torno da capital. Politólogos, como António Costa Pinto, explicam o bom desempenho comunista também pela crise económica que o país atravessa, terreno fértil para o discurso do pê-cê-pê.
Jerónimo de Sousa tem dois adversários: Cavaco e Louçã. Dos embates com o ex-primeiro ministro guarda a meia-vitória que alcançou em 1995, quando desistiu da corrida presidencial em prole de Jorge Sampaio - o vencedor. Volta à carga com a veia de ex-sindicalista bem exposta e encolerizada. O outro adversário é Louçã que teima em ultrapassá-lo ou chateá-lo em sondagens pré-eleitorais mas que nunca o superou nas urnas. O Bloco e o seu dirigente crescem, mas até ao momento Jerónimo de Sousa e o PCP levam vantagem. Um confronto interessante.