11.30.2005

Jornais e as presidenciais

Devem ou não os jornais, rádios e televisões portuguesas fazer uma prévia declaração de voto? Assumir editorialmente que para o futuro do país acham que o candidato presidencial (x) trás mais benefícios? Nos Estados Unidos é comum optarem. Depois têm naturalmente que sofrer a "caça às bruxas" ou o trato "na palma das mãos", mas têm uma enorme vantagem: o leitor sabe ao que vai. A Capital encetou aliás, sem efeito, atitude semelhante nas últimas presidênciais norte-americanas: opôs-se à candidatura de Bush e optou por Kerry.
Ou faz sentido manter tudo como está e ver Cavaco secundarizado no Diário de Notícias, Alegre promovido no Público, Cavaco "lançado" no Correio da Manhã e Expresso e Soares acarinhado no DN? Assim, sub-repticiamente? Não sei. A notícia como a "descrição de um facto novo com interesse social" depende sempre da sua edição. E aí o facto e o interesse são sempre relativos...